As fontes de ficção científica funcionam no futuro real?

A man is shown driving a car as if the viewer is in the back seat.
Como designers, acredito que precisamos ter um pouco de cautela com os designs que vemos em filmes de ficção científica e que podem parecer incríveis e inspiradores, mas que na prática estão longe de serem ideais.

Dave Addey.

Em um episódio recente de Creative Characters, nosso podcast, o anfitrião e diretor criativo de tipografia da Monotype Terrance Weinzierl conversou com o designer e pesquisador Dave Addey sobre como os futuros que imaginamos nem sempre são práticos para as realidades em que vivemos – através da lente do design dos filmes de ficção científica.

Como exemplo, Dave fala sobre as telas transparentes de Minority Report e outros filmes, que parecem impressionantes em nosso imaginário, mas seriam um pesadelo de legibilidade na vida real.

“Como designers, acredito que precisamos ter um pouco de cautela”, aponta Dave, “com os designs que vemos em filmes de ficção científica e que podem parecer incríveis e inspiradores, mas que na prática estão longe de serem ideais.”

Algumas das fontes que os cineastas usam para evocar o futuro na verdade não funcionam em situações da vida real tampouco. Terrance e Dave discutem como certas fontes de ficção científica, especialmente a Eurostile Next, foram amplamente usadas em mostradores de carro nos anos 80 e 90 graças aos seu formato de letra que combinava com a forma do carro – e não necessariamente porque elas eram as mais legíveis para o painel.

Há vários anos, a Monotype realmente se associou ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para testar se a Eurostile Next era uma boa escolha para os mostradores de carro. A pesquisa explorou o impacto da tipografia e das escolhas de design na legibilidade em mostradores ou painéis de carro. Realizamos um experimento de simulação de direção em um carro com tecnologia de rastreamento ocular e pudemos explorar os efeitos que a escolha da fonte tem enquanto é olhada e no tempo de resposta através de diversas variáveis. Testamos diversos fatores de design intrínsecos e extrínsecos, como cor (texto preto em fundo branco e vice-versa), estilo de fonte, tamanho do texto, além dos atributos tipográficos de dois tipos diferentes, a Frutiger e a Eurostile.

Não muito adequado para a estrada.

Por meio desta série de estudos, pudemos concluir que escolher uma fonte com certas características pode otimizar a aparência de uma interface homem-máquina (IHM) automotiva e reduzir o tempo de visualização para os motoristas. Frutiger, uma tipografia humanista com formas abertas, espaçamento entre caracteres amplo e formas inconfundíveis, foi considerada mais legível do que a grotesca e quadrada Eurostile.

Às vezes, o futuro parece diferente do previsto, mas, neste caso, ele significa que temos a tecnologia automotiva “certa” para nos manter seguros na estrada. Para saber mais sobre a pesquisa de legibilidade, confira este artigo na Print Mag ou baixe nosso e-book, Como vencer a corrida tecnológica automotiva.

As fontes de ficção científica funcionam no futuro real?
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