Tipografias

Charles Nix, Diretor Executivo de Criação

Falamos muito sobre tipografia – principalmente na Monotype. Mas como alguém que passou muito tempo ensinando design e tipografia – e ainda mais tempo desenvolvendo fontes – estou ciente de que o termo significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Então, quando se trata de definir a tipografia, eu prefiro reformular a pergunta: Qual tipografia? Tipografia de quem?

Quando se aborda a ideia da tipografia do ponto de vista “de quem”, existem, no mínimo, quatro respostas: aqueles que criam os tipos, aqueles que usam a fonte, aqueles que leem o texto e aqueles que pensam sobre a tipografia.

“Sobre a tipografia” é uma meta-linguagem: a tipografia sobre a tipografia. Esse era eu, como aluno de James Craig e William Bevington, estudando sobre a história das fontes, sobre os tipos de letras e sobre as ideias do que faz uma tipografia excelente. Esse era eu, como professor de tipografia na Parsons School of Design por duas décadas, compartilhando as mesmas informações com um novo grupo de pessoas que queriam ser tipógrafos. Esse sou eu, leitor de livros sobre fontes; e esse sou eu, agora, escrevendo sobre fontes.

Na Monotype, criamos fontes. Nosso Studio cria fontes personalizadas para marcas em todo o mundo. Criamos designs de fonte comerciais que qualquer pessoa pode licenciar. Fazemos parcerias com centenas de fundidoras que também criam fontes. A “criação” de uma tipografia tem questões, métodos, softwares e produtos finais (fontes/arquivos de fontes) muito específicos. Criar uma fonte também é projetar fontes e gerenciar projetos de design de fontes. Esse processo evoluiu muito desde 1377 na Coreia e 1450 na Alemanha, mas a ideia de uma ferramenta ou máquina para codificar a linguagem permanece.

Na Monotype, também vendemos tipografia ou, mais especificamente, nós as licenciamos na forma de software de fontes/fontes. O comércio da tipografia é outra faceta. Como a tipografia chega aos usuários - na forma de arquivos de fontes e os usos destinados não é uma questão simples. Na verdade, uma grande parte da força de trabalho global da Monotype são indivíduos encarregados de conduzir essa transação. O comércio tipográfico envolve licenças, o profissional de vendas que conecta as fontes aos usuários e os sites onde as pessoas compram e baixam as fontes.

Você e todas as pessoas que você conhece usam fontes. Algumas pessoas as usam com desenvoltura e outros sem pensar. Algumas pessoas usam as fontes em designs para criar marcas diferenciadas, ressoantes e bem-sucedidas. Outras, de forma acidental ou não, usam fontes para escrever um e-mail ou uma nota. No século XXI, todos são tipógrafos, todos usam fontes. E isso não se limita às pessoas. Nossas telas e dispositivos também usam fontes. Todos os designs que fazemos em um computador (ou em um smartphone) e todos os designs que imprimimos (seja em papel, plástico, outdoors, peças de vestuário, sinalizações ou até mesmo em bolos) faz parte da tipografia de uso.

E qual é o objetivo? Qual é o objetivo da metatipografia, da criação de tipografia, do comércio da tipografia e do uso da tipografia? Trata-se de ler, consumir tipografia e as ideias que são transmitidas juntamente com o significado das palavras. É o efeito da tipografia, que vai desde a decodificação superficial de um pensamento até a uma forma de linguagem fantástica que é uma mensagem por si só.

O que é tipografia? Bem, isso depende. Quem está perguntando?

Charles Nix é Diretor Executivo de Criação na Monotype, além de designer, tipógrafo e educador. Saiba mais sobre Charles.